Segue a segunda publicação de artigo no blog na íntegra. Esse artigo foi publicado na revista Hoje na edição do mês passado.
Creio que o pessoal gostou do artigo, pois algumas vezes fui parabenizado por ele por amigos e conhecidos aqui em Taquara.
No próximo mês, posto o artigo da edição de janeiro.
Abraços,
Alex
Proporção áurea
Por Alex Hackmann1
No
artigo passado falei sobre cinco dicas para realizar uma boa foto, algo de
maneira bem geral. Para o texto de hoje, pensei em aprofundar um pouco mais
sobre um dos assuntos citados, focalizando mais a questão do enquadramento.
A
proporção áurea, proporção divina, razão de ouro ou simplesmente denominada
regra dos terços, entre vários outros termos utilizados, é uma medida empregada
desde a antiguidade para a realização de obras artísticas. Essa regra foi muito
utilizada em pinturas renascentistas, como as de Giotto, na concepção do
Parthenon pelo escultor Phideas e no famoso desenho de Leonardo da Vinci, o Homem
Vitruviano (aquele em que aparece um homem com os braços e pernas estendidos,
dando a impressão de ter quatro membros de cada), que demonstra as ideias de proporção e
simetria aplicadas à concepção de beleza humana. Esses são alguns exemplos encontrados
em muitas obras de diversos profissionais como artistas, projetistas,
arquitetos, músicos e fotógrafos.
Essa
medida foi estudada e calculada, chegando-se ao valor arredondado de 1,618, número
muito interessante e que chama muita a atenção, pois está presente na natureza,
no corpo humano, no universo... Talvez o exemplo mais citado seja a proporção das
conchas, mas é possível encontrar esse número em diversos locais: o tamanho das
falanges (ossos dos dedos), no crescimento das plantas, no DNA, nas vibrações
sonoras, nos furacões, nas espirais das galáxias, no comportamento da refração
da luz, na semente de girassol (na proporção em que aumenta o diâmetro das
espirais das sementes). Resultante de intervenção/criação do homem, posso citar
os cartões de crédito, a proporção do iPod, a catedral de Notre Dame, a Mona
Lisa, entre outros.
Agora,
como fazer o aproveitamento desse conhecimento na fotografia? Talvez a maneira
mais simplificada de aplicar essa ideia seja através da regra dos terços. Acredita-se
que a regra dos terços, de maneira mais simplificada e de mais fácil aplicação,
tenha surgido em decorrência da proporção áurea. Enquanto a regra de ouro
utiliza medidas exatas, a regra do terço baseia-se nos pontos de interseções de
forma mais variável. Você lembra-se da minha última dica dizendo para não
centralizar o objeto e deslocar um pouco o assunto principal? Uma boa maneira
de fazer isso é usando os terços.
Veja a
imagem gerada pela sua câmera e trace duas linhas verticais dividindo a foto em
três partes iguais. Faça o mesmo com linhas horizontais. Onde as linhas se
cruzam, ou seja, os pontos de interseção, é o ponto de maior interesse, de
maior valor estético numa imagem. No início é interessante ter a referência
concreta, e para isso, você pode marcar os pontos no LCD (risque uma película
protetora) ou ligue a função “grelha” presente em vários modelos.
Analise
a imagem da paisagem com essas linhas. O fim da estrada está exatamente num dos
pontos de interseção e é um elemento bem forte nessa fotografia. Percorre-se o
olhar pela estrada e o ponto onde se perde a visão (e inicia a imaginação) fica
levemente deslocado do centro, num ponto de alto valor estético na imagem.
Outra
observação interessante nessa imagem e que pode ser aplicada em fotografias de
paisagem em geral, é dividir as partes da imagem dentro dos terços também. Veja
que a árvore, que é um elemento importante na composição, está toda situada no
primeiro terço da foto. O “chão” da foto, compreendendo o gramado e estrada,
está todo no terço inferior e no terço médio direito. O céu, ao contrário, está
todo no terço superior e médio esquerdo. Como você pode ver, houve um
enquadramento proporcional à regra dos terços, gerando uma imagem bem
equilibrada, bem distribuída e com um forte apelo estético.
Assim,
sempre que você for fotografar uma paisagem e quiser dar ênfase ao chão,
enquadre o chão em 2/3 da foto. Se o mais importante for o céu, faça o
contrário e deixe 2/3 de céu na imagem, deixando a linha do horizonte sobre
essa linha imaginária do terço inferior.
Para
finalizar, apresento outras duas fotos como exemplo. Repare que a imagem da
modelo e o principal, os olhos, estão próximos a um dos pontos de interseção
(superior direito). O mesmo acontece com essa composição da sombrinha, onde o
elemento principal da foto está no ponto inferior esquerdo.
Nas
suas próximas fotos, nos seus próximos enquadramentos, considere deslocar do
centro o assunto principal e colocá-lo num dos pontos de interesse. Se puder,
harmonize a imagem utilizando os terços. Se você conseguir ir além e fizer
cortes nos objetos (como a sombrinha e a modelo) de forma esteticamente
agradável, poderá gerar imagens de forte impacto visual.
Fontes utilizadas: Wikipédia (http://design.blog.br/geral/o-que-e-proporcao-divina) e Design.blog
(http://design.blog.br/geral/o-que-e-proporcao-divina)
1Alex
Hackmann é psicólogo e fotógrafo profissional. Ministra o Curso de Fotografia -
Saindo do Automático - nas Faculdades Integradas de Taquara – Faccat, RS.
Contato: aghackmann@yahoo.com.br
Texto publicado na revista Hoje em coluna sobre fotografia.
Texto publicado na revista Hoje em coluna sobre fotografia.
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